sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Dia Mundial da Rádio

Dizem que é quando estamos apaixonados que a nossa voz fica trémula, que nos faltam as palavras e que a nossa alegria é infindável. É isso que sinto, juntamente com um brilho estranho nos olhos, quando falo na rádio. 

Sou uma apaixonada incorrigível pela rádio, por tudo aquilo que a compõe. Sinto a rádio como algo incrível pela sua versatilidade, pela capacidade de fazer os ouvintes rirem e chorarem mas também pela capacidade de captar a atenção daqueles que amam as palavras, que vibram com aquelas vozes desconhecidas que se vão tornando familiares de tão presentes que estão. Esse "ser" que é a rádio é, ainda, uma companhia que preenche qualquer requisito para que a aceitemos como ela é. Informa-nos, acompanha-nos, faz-nos viajar através das memórias, quebra o enfadonho stress do quotidiano, e faz-nos sentir presentes pelas conversas, pelas calorosas gargalhadas e por tudo aquilo que tão naturalmente soa através das frequências. 
Que paixão imensa que este mundo me faz sentir. Sou completamente fascinada pela ideia de não haver um entreteiner "físico" para ser capaz de cativar a minha atenção. Sou completamente fascinada pela força que as palavras têm e na capacidade que elas, não associadas a nenhuma imagem visual, nos prendem de tal forma que nada é capaz de nos distrair. Fixa-nos na informação e naquela voz que cordialmente nos vai chegando aos ouvidos e fazendo com que todos os dias o nosso primeiro impulso ao sair da cama, entrar no carro ou sentar na secretária do emprego, seja carregar no botão que, automaticamente conecta a rádio e, traz aquelas vozes que acompanham e "fazem" o nosso dia. 

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Adopção Gay – “claro que não”

    “Adopção gay chumbada pela quarta vez com os votos da direita” foi o título de uma notícia desta semana. Que decepção ao ver a publicação com um titulo tão deprimente quanto este. Não porque está mal escrito ou porque a abordagem não é a melhor, mas pela ridicularidade do conteúdo. E a culpa não é de quem a escreveu. Nem de quem a publicou.
     Este tema é de tal forma intrigante e revoltante que tenho medo dos adjectivos que me possam surgir para caracterizar algumas pessoas e também os seus valores. No entanto, não deixo de respeitar aqueles que vergonhosamente se orgulham de ser homofóbicos, que aparentam um medo de sabe-se lá o quê, como se a homossexualidade fosse uma doença terminal e altamente contagiosa. E acrescento, sou obrigada, porque a minha educação exige, a respeitar ainda, e também, a ignorância que faz com que estes entediosos chamem a uma orientação sexual "diferente", uma doença. 
    E diferente porquê? Porque a sociedade não cresce, não evoluí. Quanto muito cresce em tamanho, em número, mas não em valores, em inteligência, em humanidade. Diferente porque a sociedade ainda vive preocupada com o que os outros pensam, dizem ou falam. Preocupam-se mais com a reputação do que com a consciência. E que escândalo uma criança ter duas pessoas do mesmo sexo a amá-la, educá-la e incutir-lhe valores. Que escândalo maior do que a criança dizer na escola que não conhece os pais porque foi abandonada à nascença por um motivo que lhe é alheio, ou ainda, que escândalo maior do que ser uma criança maltratada, como tantas que há por aí. Ah, mas isso é normal. Isso é dar educação. E a educação só pode ser dada por duas pessoas heterogéneas, se não pode ser gozada, ou seguir os mesmos ideais sexuais dos pais. Ridículo, e vergonhosamente ignorante. 
 Alguns dos testemunhos que minuciosamente estudei para cultivo próprio, a fim de tentar perceber esta sociedade que tão pouco me orgulha, apontavam para o facto da criança crescer num ambiente "estranho" e que a podia levar a ser também, homossexual. Nem sei que vocábulos utilizar para tamanho disparate. Se a linha de pensamento fosse esta, então não haviam homossexuais. Pelo menos a maioria de nós foi criado por uma família, dita pelos conservadores, funcional - normal.
    Funcional é qualquer tipo de família onde haja compreensão, amor, educação, bons valores, felicidade e harmonia. E é tão bom quando sentimos isto. É tão bom quando temos uma família. 
   Enquanto a sociedade viver de aparência, de casamentos de farsa onde o dinheiro fala mais alto e a educação do filho Qualquer coisa Maria for mais importante da porta de casa para fora, do que no seu interior, esta luta nunca passará disso, de uma luta que umas vezes consegue mais medalhas para casa, outras não. Mas um dia quando a sociedade aprender que ser humano exige muito mais que reputação, que interessam mais os valores e a felicidade dos que amamos, ou dos que podemos amar, isto vai deixar de ser uma luta e vai passar a ser uma vitória, onde todos aqueles que pensam, estupidamente, que sabem tomar decisões acertadas só porque vivem num mundo cor-de-rosa que pouco tem para além de burocracias de montra, passarem a olhar a sociedade, o mundo e as pessoas de forma real e perceberem que há muito mais para além do que fica bonito decidir ou não à frente de um país. Que valores mais altos se levantam e que são valores que vingam. 
  Contudo e em modo conclusão, haverá sempre excepções, haverá sempre famílias homossexuais disfuncionais, com problemas, onde a criança pode precisar de ir ao psicólogo. E isso não será anormal. Anormal é pensarmos que isso é anormal. Anormal é uma família onde tudo funciona na perfeição. E é anormal porque a perfeição não existe, independentemente do género ou raça.
A perfeição trabalha-se e quiçá, alcança-se. E isso pode ser conseguido por qualquer um.
    Afinal de contas, todos temos direito aos mesmos sonhos. Porque não aos mesmos direitos?.


Mariana Barros Cardoso.




sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

SAFFRA é hoje apresentado no Olga Cadaval em Sintra.

             O que podemos considerar a primeira colheita do cantor - talento -  português é uma viagem à infância de FF.
Um disco repleto de sentimentos e particularidades que conseguem transportar-nos ao Alentejo, onde o cantor viveu desde os 6 anos e região que usa para recarregar baterias e continuar a surpreender-nos com o seu incrível trabalho.
                                                                                             

         A fazer 10 anos de carreira, Fernando Fernandes  arrisca numa "safra" única que se diferencia de todos os registos que conhecemos até então.
É um disco cheio de inspiração, de calor, de saudosismo e características bem lusitanas. Apreciamos também, nesta colheita, as inspirações que ocorreram no Alentejo, e nas músicas| canções que sempre fizeram parte da sua vida.
         Neste disco, FF canta um fado ligeiramente diferente do tradicional e tão característico do nosso país. Saffra oferece-nos “um fado mais canção, uma mistura do fado com música tradicional, muitas raízes populares, inspirado em muitos géneros que também vão beber ao fado (…)”, palavras do próprio.
Cantado totalmente em português, uma língua rica, ritmada e com muitas palavras para explorar, este projecto conquista o tão merecido sucesso. 

E que bom começar um 2015 tradicional e em extrema qualidade.
















Mariana Barros Cardoso.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

A minha primeira vez no blog

Ando há muito tempo para criar um blog, um sítio onde possa vir partilhar experiências, vivências, conhecimentos mas também, adquiri-los. 


Vou escrever um bocado sobre tudo, mas este meu primeiro post vai recair sobre um tema muito badalado na última semana, A Liberdade de Expressão, que é tão bom ter.

Não vou tomar partidos nem abordar a tragédia que aconteceu em Paris, embora esse facto tenha sido o que me levou a escrever sobre a liberdade que cada um tem para dizer o que quer. 
Ás vezes deparamos-nos com situações menos felizes que foram originadas pelo uso desrespeitoso que temos da liberdade de expressão e, isso choca-me. 
As palavras são a maior arma que existe e é tão bom podermos usá-la sem precisarmos de tirar uma licença. Mas será igualmente bom se soubermos fazer desta "arma" uma coisa unicamente positiva.

Sou uma defensora nata das palavras e da natural junção delas cada vez que falamos ou escrevemos. É bom termos consciência de que "a nossa liberdade acaba quando começa a dos outros" e, espero isso com a utilização deste blog e, que consiga ter liberdade suficiente para escrever as minhas ideias e ideais mas também para apreciar as dos outros. 

Um enorme sim à liberdade de expressão e, que nunca ninguém deixe de a respeitar.




Mariana Barros Cardoso.